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domingo, 30 de maio de 2010

Parece ... mas não é: a arte de Robert Longo

Robert Longo é um daqueles artistas cujas obras desafiam o olhar do espectador: realidade ou imitação? Surfando por aí me deparei com algumas obras deste artista genial, em especial a série "Men in the cities", retratando pessoas que se contorcem em estranhos passos de dança (alguns comentários dizem tratar-se, na verdade, de pessoas sendo alvejadas, daí o contorcionismo). Detalhe: os trabalhos são feitos a carvão.


Bastante impressionada com a técnica, procurei e descobrí uma galeria que expõe a sua obra e de outros artistas no endereço www.artnet.com. A seção dedicada às obras de Long estão em http://www.artnet.com/awc/robert-longo.html.


Vale a pena visitar o site. Dê uma olhada principalmente em "Sickness of Reason", com impresionantes imagens de explosões atômicas, e a série "Men in the cities", já citada. E como amo o mar, não posso deixar de mencionar "Monsters", com desenhos de ondas gigantes em praias famosas (como Pipeline).

Aqui vão algumas imagens bacanas:















Untitled (Ulysses)
2009


Untitled (Iceman)
2009



Untitled
1981



Untitled
1981



Untitled
1981



Untitled
1981-1987


 

 



domingo, 16 de maio de 2010

Estado de Espírito - Mar

Meu estado de espírito hoje? É melhor descrito pelas estrofes abaixo. Não tem poeta que melhor descreva as coisa que sinto do que ele. Ele é o meu oráculo, o poeta que nunca serei, o visionário guardador de pensamentos metafísicos, aquele que falou sobre o tudo e o nada...

Aqui na orla da praia,....

Aqui na orla da praia, mudo e contente do mar,
Sem nada já que me atraia, nem nada que desejar,
Farei um sonho, terei meu dia, fecharei a vida,
E nunca terei agonia, pois dormirei de seguida.

A vida é como uma sombra que passa por sobre um rio
Ou como um passo na alfombra de um quarto que jaz vazio;
O amor é um sono que chega para o pouco ser que se é;
A glória concede e nega; não tem verdades a fé.

Por isso na orla morena da praia calada e só,
Tenho a alma feita pequena, livre de mágoa e de dó;
Sonho sem quase já ser, perco sem nunca ter tido,
E comecei a morrer muito antes de ter vivido.

Dêem-me, onde aqui jazo, só uma brisa que passe,
Não quero nada do acaso, senão a brisa na face;
Dêem-me um vago amor de quanto nunca terei,
Não quero gozo nem dor, não quero vida nem lei.

Só, no silêncio cercado pelo som brusco do mar,
Quero dormir sossegado, sem nada que desejar,
Quero dormir na distância de um ser que nunca foi seu,
Tocado do ar sem fragrância da brisa de qualquer céu.

Fernando Pessoa